NÚCLEOS DE CRIAÇÃO 2016: ESTUDOS PARA PASSAARÃO
5 ago 2016
Os NÚCLEOS DE CRIAÇÃO são processos criativos abertos a artistas e estudantes de arte interessados em investigações propostas por integrantes do Espanca!. Cada Núcleo investiga questões relacionadas à arte contemporânea a partir de um tema proposto por um membro do grupo e encerra-se com a criação de um “objeto cênico”. Mais do que oficinas de longa duração, são uma forma de efetivar o intercâmbio do Espanca! com artistas de diversos territórios e linguagens, residentes em Belo Horizonte.
Os NÚCLEOS DE CRIAÇÃO: ESTUDOS PARA PASSAARÃO, investigarão a Rua Aarão Reis (hipercentro de BH) sob perspectivas históricas, dramatúrgicas, performáticas e teatrais. Estes estudos coletivos devem finalizar com uma mostra de experimentações, intervenções e performances que discuta, celebre, problematize e politize as relações sociais na Rua Aarão Reis tendo a própria cidade como dramaturgia. Nessa edição convidamos o grupo Pigmalião Escultura que Mexe para ministrar um dos núcleos como forma de iniciar o processo de nossa criação compartilhada, que acontecerá em 2017.
Há 6 anos, o TEATRO ESPANCA está localizado na RUA AARÃO REIS. A manutenção da sede da companhia é uma vivência cotidiana e íntima com um espaço extremamente plural, palco de convívios, conflitos, disputas, festas, manifestações, transitoriedades, diferenças e desigualdades que, ao evidenciar tamanha complexidade nas relações entre indivíduos e edifícios, pode ser encarado como uma micro-cidade. Esta rua possui história, memória e simbologia. Ela é, atualmente, o local da cultura genuína de Belo Horizonte, é o local onde a cidade nasceu e ainda leva o nome de quem a projetou. Pode ser vista como o avesso do projeto original da nova capital: caótica, descontrolada, multifacetada e, por isso mesmo, viva e pulsante.
Encontros provisórios: convívios instáveis, vibrantes e de alto risco
[com Marcelo Castro e Ana Luísa Santos]
Este Núcleo de Criação pretende abordar questões relativas à arte da performance. Como estratégia artística realizaremos uma espécie de arqueologia dos usos e inscrições na rua Aarão Reis, uma das primeiras vias de Belo Horizonte. O trabalho partirá de práticas de experimentação performativa no espaço urbano através dos seguintes princípios:
disponibilidade/abertura/porosidade
mapeamento/escutacontaminação/contágio
invenção/interferência
registro/reverberação
compartilhamento
O desejo é exercitar o engajamento estético-político através de imersões na rua.
Local: Rua Aarão Reis e imediações – Centro
Duração: 36 horas
:: 29 de agosto a 5 de outubro ::
Segundas e quartas | 10h às 13h
Inscrições até dia 22 de agosto através deste formulário
foto: Marcelo Castro
Criatura
[com Alexandre de Sena, Aline Vila Real e o artista convidado Pablo Bernardo]
Pretende reconhecer territórios e refletir sobre elementos identitários que podem fazer da rua Aarão Reis um lugar de encontro de pessoas, com suas referências históricas e culturais. Investigar as potências desta zona da cidade para refletirmos população/povo/cidadãos/comunidade.
Local: teatro espanca! – Rua Aarão Reis, 542, Centro
Duração: 36 horas
:: 29 de agosto a 5 outubro ::
Segundas e quartas | de 14h30 às 17h30
Inscrições até dia 22 de agosto através deste formulário
foto: Pablo Bernardo
A construção do Gigante
[com o grupo Pigmalião Escultura que Mexe]
Uma marionete gigante não passa desapercebida. No palco ou na rua, a simples presença de uma marionete construída com grandes proporções seduz o olhar do público de forma poderosa. Uma escultura gigantesca que se mexe é capaz não só de chamar a atenção, mas também hipnotizar quem a vê. Sabendo disso a partir de sua própria prática o Pigmalião Escultura que Mexe propõe a construção de um gigante que dará visibilidade a um personagem considerado invisível perante a sociedade: o morador de rua.
Em uma oficina de construção, os participantes construirão coletivamente um boneco de fios de 5 metros de altura, utilizando técnicas sofisticas de articulações, escultura e acabamento, possibilitando a compreensão de todas as etapas de construção de uma marionete.
Pigmalião Escultura Que Mexe é um coletivo de artistas que encontrou no teatro de bonecos o veículo ideal para desenvolver trabalhos no limite entre as Artes Cênicas e as Artes Plásticas. Criado em 2007, o grupo sempre procurou desenvolver espetáculos com profundidade conceitual e filosófica. A marionete de fios, a relação do ator com o boneco e o Teatro Visual são seus principais focos. Na construção contínua de sua identidade, o Pigmalião busca o reconhecimento do teatro de bonecos na produção artística contemporânea.
Público: Artistas visuais, artesãos, escultores, bonequeiros, atores, performers, etc.
Local: Espaço Pigmalião Escultura Que Mexe – Rua Pouso Alegre, 155, Floresta
Duração: 40 horas
:: 29 de agosto a 9 de setembro ::
De segunda a sexta | de 9h às 13h
Inscrições até dia 22 de agosto através deste formulário
…em novembro…
História e Diversidade da Rua
[com Gustavo Bones]
Pretende fazer estudos teóricos e práticos sobre a história e a diversidade (cultural, social e antropológica) da Aarão Reis. Os participantes realizarão entrevistas com habitantes, trabalhadores e frequentadores da rua, registradas em vídeos, fotos e relatos. Utilizando princípios teatrais, performáticos e intervenções urbanas, o Núcleo deve fazer um
“levantamento de personagens” que habitam ou habitaram este território.