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O grupo enviou 5 fatos políticos que marcaram a sociedade brasileira nos últimos tempos como disparadores criativos para 5 dramaturgos de linguagens estéticas radicalmente diferentes. Cada um deles respondeu com um texto teatral curto, reunidos numa espécie de REVISTA que pretende suscitar reflexões sobre o Brasil. REAL será a reunião da encenação de 5 propostas dramatúrgicas distintas, inspiradas em acontecimentos reais que pertencem à memória coletiva das cidades brasileiras. O projeto parte do que é público ou “comum”, entendendo a realidade como experiência coletiva e social. Espera-se que o resultado seja uma experiência teatral (poética, simbólica e ficcional) baseada em visões artísticas que desvelem o “real”, problematizando o país e suas contradições políticas.


 

sentir o real:

 

Partindo da premissa do convívio, o teatro tem a peculiaridade de discutir algo através da presença de quem faz e de quem vê. Através da partilha de um mesmo tempo/espaço por um determinado grupo de pessoas é possível “realizar a realidade”. Realizar no sentido de absorver plenamente, assimilar, algo raro nos dias atuais. Quem de fato conseguiu sentir a dor da família de Amarildo, o pedreiro morador da Rocinha que foi sequestrado, torturado e assassinado pela polícia? Vivemos um processo de desumanização assombroso, onde a barbárie e o completo acesso às informações sobre ela nos embotaram o sentir. É preciso “realizar o real” através do teatro; projetar o real sobre a ficção (e vice-versa) para criar uma camada subjetiva de conexão com o outro, gerando um momento de reflexão coletiva sobre a realidade e sobre o momento presente.

teatro de revista:

 

Segundo verbetes escritos por Neyde Veneziano no Dicionário do Teatro Brasileiro – Temas, Formas e Conceitos, a “revista de ano” chegou ao Brasil em 1859. Caracterizava-se por “passar em revista” os fatos políticos e sociais mais marcantes do ano que terminava, como uma resenha crítica teatralizada, musicada e cheia de humor sobre as principais notícias da sociedade brasileira. Inicialmente, apresentava-se como uma sucessão de quadros distintos, sem ligações, criando um espetáculo ligeiro, misto de prosa e verso, música e dança; que mostrava cenas inspiradas em fatos da atualidade. Até os anos 1950, a Revista torna-se uma das formas mais expressivas da história do teatro brasileiro, fundando uma tradição popular calcada nos grandes cômicos, nas belas vedetes e no teatro espetacular. Aos poucos, o chamado “teatro rebolado” substitui o texto pelo luxo, a crítica política por piadas picantes, situações maliciosas e dançarinas quase sem roupas.


ficha técnica:

  • Direção Geral: Gustavo Bones e Marcelo Castro
  • Elenco: Alexandre de Sena, Allyson Amaral, Assis Benevenuto Vidigal, Gláucia Vandeveld, Gustavo Bones, Karina Collaço, Leandro Belilo e Marcelo Castro
  • Dramaturgos: Byron O’neill, Diogo Liberano, Leonardo Moreira, Márcio Abreu e Roberto Alvim
  • Coordenação de Produção: Aline Vila Real
  • Realização: Espanca!

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* REAL estreia dia 17 de novembro de 2015, em São Paulo. Este projeto foi selecionado pelo Programa Rumos Itaú Cultural 2013-2015