O Trem Que Leva Minas
Newton Baiandeira
O trem que leva minas tem fogo na caldeira
Fumaça no cangote, tem lenha na fogueira
Tem gosto de ferrugem, têm cheiro de ciranda
De moças na janela por todas quinze bandas
Sonhar não tem limites, nem placa “proibido”
Lá vai o trem mineiro audaz e atrevido
Se não vale do aço, vale do rio doce,
Como se a vida fosse um viajar…
Fumaça no cangote, tem lenha na fogueira
Tem gosto de ferrugem, têm cheiro de ciranda
De moças na janela por todas quinze bandas
Sonhar não tem limites, nem placa “proibido”
Lá vai o trem mineiro audaz e atrevido
Se não vale do aço, vale do rio doce,
Como se a vida fosse um viajar…
E sai de Itabira, passou em Antônio Dias
Drummond e Nova Era na era da alegria
Na barra de Ipatinga, Acesita e Coronel,
Lá vai o trem de Minas fumaça pelo céu
O trem parou de novo tem o Três Corações
Um de Belo Oriente, outro de Cachueirões
O outro representa, o topo da montanha
Onde o olho arranha os chapadões…
Drummond e Nova Era na era da alegria
Na barra de Ipatinga, Acesita e Coronel,
Lá vai o trem de Minas fumaça pelo céu
O trem parou de novo tem o Três Corações
Um de Belo Oriente, outro de Cachueirões
O outro representa, o topo da montanha
Onde o olho arranha os chapadões…
Lá vai o maquinista, passou em Valadares
Lá vai o trem de Minas fumaça pelos ares
Um quê desritmado no coração da gente
Agora a realidade a coisa é diferente
Tão triste a gente fica ao ver o chão de agora
Lá vai o trem mineiro vai por aí afora
Vai pelo império, lotado de minério
E leva tudo pro exterior…
Lá vai o trem de Minas fumaça pelos ares
Um quê desritmado no coração da gente
Agora a realidade a coisa é diferente
Tão triste a gente fica ao ver o chão de agora
Lá vai o trem mineiro vai por aí afora
Vai pelo império, lotado de minério
E leva tudo pro exterior…
As coisas do passado tem gosto de saudades
Me lembro de Itabira quando era de verdade
Usando calças verdes, camisas amarelas
As matas e tesouros que eu via da janela
O trem que leva Minas mudou nossa cidade
Levou nosso poeta Carlos Drummond de Andrade
Comprou a nossa alma, usou a nossa calma,
E nós batemos palmas, sem saber…
Me lembro de Itabira quando era de verdade
Usando calças verdes, camisas amarelas
As matas e tesouros que eu via da janela
O trem que leva Minas mudou nossa cidade
Levou nosso poeta Carlos Drummond de Andrade
Comprou a nossa alma, usou a nossa calma,
E nós batemos palmas, sem saber…